"No fundo o que é um maluco? É qualquer coisa de diferente, um marginal, uma pessoa que não produz imediatamente. Há muitas formas de a sociedade lidar com estes marginais. Ou é engoli-los, tranformá-los em artistas, em profetas, em arautos de uma nova civilização, ou então vomitá-los em hospitais psiquiátricos"

António Lobo Antunes

30/12/2010

Mulheres têm Triplo da Depressão - Ciência - DN

Mulheres têm triplo da depressão - Ciência - DN
Por Ana Maia 27 de Dezembro de 2010Em média, cada português teve mais de sete receitas em 2008

Mulheres sofrem mais de ansiedade que os homens. Eles têm mais enfartes e acidentes vasculares cerebrais.

As mulheres têm três vezes mais depressões e ansiedade crónica que os homens. De acordo com os dados divulgados pela Direcção-Geral da Saúde, são elas que apresentam maiores percentagens de doenças crónicas quando comparadas com os homens. Já eles registam mais casos de enfarte do miocárdio e de acidentes vasculares cerebrais (AVC). Em ligação com estes dados, os psicofármacos são o segundo grupo de medicamentos com maiores encargos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), antecedidos pelos anti-hipertensores.


Em Portugal,
12,5% das mulheres tiveram ou têm depressão. O triplo da percentagem registada nos homens, que se fica pelos 4%. Também na ansiedade crónica são as elas as mais afectadas: 6,4%. O cenário é idêntico ao anterior, com os homens a registarem uma percentagem três vezes inferior: 2,6%.

De acordo com os dados recentemente divulgados pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), com as estatísticas de 2008, as mulheres apresentam maiores percentagens em quase todas as doenças crónicas. Os homens têm mais casos de enfarte do miocárdio - 1,9% contra 0,8% nas mulheres - e AVC, em que a diferença é pequena (1,8% nos homens e 1,5% nas mulheres).


Em 2008, os hospitais públicos deram 314 855 consultas externas de psiquiatria e 111 731 de psiquiatria da infância e da adolescência. As administrações regionais de saúde requisitaram às entidades convencionadas com o SNS camas para o internamento de 12 371 doentes na área da psiquiatria. Já os psicofármacos são o segundo grupo de medicamentos com maiores encargos para o SNS, com 12,9% em relação ao total de gastos, apenas antecedidos pelos anti-hipertensores (20,8%).


No que respeita a gastos totais com medicamentos em 2008, os encargos do SNS ascenderam a perto de 1,5 mil milhões de euros. Em média, cada pessoa teve 7,6 receitas em 2008, com 2,3 embalagens prescritas em papel.


Relativamente à obesidade, as faixas etárias dos 45 anos para a frente são as que apresentam maiores percentagens de excesso de peso e de obesidade. Os homens dos 75 aos 84 anos são os que têm maior excesso de peso, enquanto nas mulheres o pior registo é entre os 55 e os 64 anos.


No que respeita às doenças de declaração obrigatória, é possível perceber que praticamente todas elas estão em queda, comparando os dados de 2008 com anos anteriores. Destaque para o tétano, com apenas um caso notificado em 2008 (em 1995 foram 28), para a meningite meningocócita, com 29 notificações (113 em 1995), um de sarampo (192 em 1995) e quatro de rubéola (125 em 1995).


Doenças que fazem parte do Plano Nacional de Vacinação e que mostram a eficácia das vacinas, colocando o nosso país entre os melhores nesta área. A excepção é a tosse convulsa, que apesar de ter vacina triplicou o número de casos. Um aumento que levou a DGS a avaliar, este ano, um possível reforço da vacina.


A tuberculose continua a descer, com 2995 casos registados, menos 166 que em 2007. A quase totalidade foram novos casos e apenas 232 foram retratamentos. Já em relação à sida, em 2008 foram diagnosticados 387 casos, pouco mais de metade do número de notificações (619).

29/12/2010

Rádio Aurora - A outra Voz

Recentemente a nossa equipe foi convidada para participar numa entrevista de rádio na Rádio Aurora - A outra Voz, graças ao nosso blog e ao projecto que temos desenvolvido na área do preconceito e estigma que envolve a doença mental. Essa entrevista tem data marcada para dia 7 de Janeiro por volta das 15.30h. 




Caso estejam interessados em ouvir deverão sintonizar numa das seguintes estações:

-Rádio Lagoa 99.4 e 100.0 (ou por web no site 
www.radiolagoa.radios.pt/), no Algarve e Baixo Alentejo, aos sábados às 9h;
-Rádio Voz de Alenquer 93.5 e 100.6 FM (ou por web no site 
www.radioalenquer.com/), na zona Oeste, Centro e Alto Alentejo, aos domingos às 14h;
-Rádio Clube de Sintra 91.2 FM (Grande Lisboa) aos domingos às 16h
-Rádio Pico 100.2 FM (Ilha do Pico, Açores) às segundas às 22h00 locais (23h00 continentais)
-Rádio Zero (Instituto Superior Técnico) 
www.radiozero.pt , numa frequência bissemanal, às segundas entre as 17h30 e as 18h e às sextas entre as 10h30 e as 11h;
-Rádio Centro FM 101.4 FM (Aveiro, Seia) numa frequência bissemanal, aos sábados às 8h30 e aos domingos às 22h
-Rádio Amplitude (online) 
http://radioamplitude.com/, aos sábados às 21h
-Rádio Juventude Salesiana 90.2 FM e 99.0 FM (Trás-os-Montes e Alto Douro, Beiras e Distrito do Porto), aos sábados e domingos às 12h
-Rádio Portalegre 100.5 FM (Distrito de Portalegre) às sextas às 19h30
-Rádio Linear 104.6 FM(Vila do Conde e Grande Porto) às quartas-feiras às 21h
-Rádio Calheta 98.8 FM (Madeira) aos domingos às 20h
-Rádio Santana FM 92.5 FM(Madeira) aos domingos às 20h
-Rádio Clube de Grândola 91.3 FM (Concelho de Grândola)aos domingos às 14h


-ESCS FM (online) estação universitária da Escola Superior de Comunicação Social, http://www.escsfm.com , às segundas às 20h05 e às sextas às 19h05 

Para saber mais deste projecto poderão visitar a seguinte página: http://radio-aurora.mypodcast.com/
"Há fórmulas tradicionais de fazer rádio e depois há a Rádio Aurora – A Outra Voz. Emitindo a partir do Hospital Júlio de Matos em Lisboa e realizado por pessoas com cadastro psiquiátrico, a Rádio Aurora – A Outra Voz é um programa onde se interroga o mundo acelerado em que vivemos, as suas loucuras e normalidades, sem moralismos, sem conformismos. Não se esqueça de nos deixar o seu comentário. Queremos fazer da Rádio uma forma de diálogo"

21/12/2010

Feliz Natal




A equipa do blog "De Génio e de Louco todos Temos um Pouco" deseja a todos os leitores um feliz natal e um bom ano de 2011.



O nosso agradecimento por todas os incentivos e sugestões é este. Vejam que vão gostar!http://ak.imgag.com/imgag/product/preview/flash/bws8Shell_fps24.swf?ihost=http://ak.imgag.com/imgag&brandldrPath=/product/full/el/&cardNum=/product/full/ap/3166187/graphic1

Beijinhos a todos
Até breve

17/12/2010

Repórter TVI "Às Vezes Sou Eu"

Repórter TVI - 13 Dez 10 -"Às vezes sou eu"
http://www.tvi.iol.pt/mediacenter.html?mul_id=13362262&load=1&pos=7

Uma grande reportagem de Ana Leal, com imagem de Gonçalo Prego e Tiago Ferreira e Montagem de Miguel Freitas. Passou na última segunda-feira, 13 de Dezembro, a seguir ao Jornal Nacional

Ninguém está preparado para receber a notícia de que um familiar sofre de Doença de Alzheimer. Uma doença que não tem cura e que se pode tornar incapacitante.

Em Portugal existem cerca de 150 mil pessoas com demência. Dessas, 90 mil têm Alzheimer. A maioria está entregue à família, sem apoios do Estado e sem cuidados especializados.

Para quem cuida, é uma viragem de 180º. O Governo anunciou há cerca de um ano e meio, um pacote de medidas que passavam pela construção de 18 Centros de Dia para estes doentes. A verdade que lhe vamos mostrar nesta reportagem, é que nenhum foi construído.

O que vai ver, são doentes esquecidos, abandonados, por quem deveria ter a obrigação de lhes dar um fim de vida com dignidade.

16/12/2010

Um Pouco de Ajuda fica Sempre Bem

Boa noite,

Como o nosso trabalho só faz sentido se houver partilha de informação, agradecíamos a todos que expressassem as suas opiniões, as suas vivências ou qualquer situação que acharem pertinente sobre este assunto.

Obrigado antes de mais,

A equipa do blog "De Génio e de Louco todos Temos um Pouco"

15/12/2010

Estigma da Doença Mental

http://www.escola.joseprudencio.com/1-alunos-turma-12-4-13-leonor-marques.html


Em resposta à questão “Os doentes com quem já lidou sofrem discriminação, no seu ambiente de trabalho?”, a psiquiatra Maria João Avelino diz “Infelizmente, sim. Basicamente é aquilo que nós designamos por estigma da doença mental. E não são só os doentes, por vezes até os psiquiatras são estigmatizados! “Tu trabalhas com maluquinhos?! Afasta-te de mim que não quero nada contigo!” (risos)”. Maria João afirma que “Esta exclusão acontece porque só recentemente se sabe mais sobre as doenças psiquiátricas, e que realmente têm base cerebral bem como base genética. Antigamente as pessoas pensavam que estas doenças tinham outras causas como “É bruxedo!”, ou então “É porque se portou mal quando era criança e agora está a pagar por aquilo que fez!”. As pessoas não sabiam o que era. E isso é tão verdade que há situações em que o doente pede “Senhora doutora, não passe a baixa com o papelinho que diz hospital Júlio de Matos” porque já sabe que vai ser discriminado por ter problemas mentais. Uma doença mental é comparável com diabetes. Faz sentido discriminar uma pessoa com diabetes? É óbvio que não. O problema é que a doença psiquiátrica não é “palpável”, digamos assim. E também são encaradas de modo diferente porque a esquizofrenia se reflecte nas atitudes, no modo de estar do indivíduo e a diabetes não. No entanto são ambas doenças crónicas, nenhuma tem cura mas têm ambas tratamento. Felizmente hoje em dia já se sabe mais, as pessoas estão mais informadas, e também é muito importante que toda a gente saiba que toda a gente pode adoecer algum dia com uma doença psiquiátrica. No entanto ainda há bastante exclusão social, as pessoas ainda são olhadas de lado.”

11/12/2010

Aprofundando a Demência


Medipédia
http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=349
 
 
 
CAUSAS E TIPOS:
A demência é provocada por lesões nas áreas cortical e subcortical do cérebro, onde residem as funções intelectuais superiores, como a consciência, a elaboração da linguagem, a automatização dos movimentos, a memória e a aprendizagem.
Como estas lesões podem ser, de acordo com as suas características, originadas por diferentes situações, existem vários tipos de demência.
 
O tipo de demência mais frequente corresponde à doença de Alzheimer, na qual o cérebro apresenta uma quantidade considerável de pequenas lesões irreversíveis, denominadas placas senis, provocadas pela acumulação de várias substâncias que alteram a estrutura e o funcionamento das células nervosas. Embora a acumulação destas substâncias seja um fenómeno típico do envelhecimento, na doença de Alzheimer ocorre de forma mais intensa e/ou precoce. Os mecanismos e as causas desta doença são muito complexos e ainda não são exactamente conhecidos. De qualquer forma, sabe-se que existe uma certa predisposição genética para se sofrer da doença, já que é muito mais frequente entre algumas famílias do que na população em geral.
 
Um outro tipo muito frequente é a demência multi-enfartes, em que o cérebro apresenta inúmeras áreas afectadas por enfartes, ou seja, zonas de tecido morto provocado por uma insuficiente perfusão. As causas mais frequentes destes enfartes múltiplos são a hipertensão, a aterosclerose (formação de placas de ateroma nas artérias encefálicas) e os acidentes vasculares cerebrais.
 
Por fim, numa menor proporção de casos, a demência é provocada por outros problemas, como o alcoolismo, tumores cerebrais, insuficiência hepática ou renal, doença de Parkinson e coreia de Huntington.
 
 
SINTOMAS E EVOLUÇÃO:
As manifestações são bastante diferentes, pois dependem da localização das lesões. Para além disso, enquanto que na doença de Alzheimer as manifestações vão-se evidenciando lentamente e vão evoluindo de forma progressiva, na demência multi-enfartes costumam surgir de forma brusca e, embora também se vão progressivamente intensificando, acabam por provocar oscilações.
 
  • A manifestação inicial mais frequente é a perda de memória. De início, são apenas pequenos esquecimentos, dos quais o paciente tem consciência, como nomes de pessoas e objectos ou factos muito concretos. No entanto, em fases mais avançadas, o paciente tem dificuldade em recordar, na sua totalidade, episódios da sua vida recente e passada, sem ter consciência disso; para contrariar este facto, tenta compensar estas lacunas, inventando histórias incoerentes e extravagantes. Nos casos mais graves, estas invenções adquirem a dimensão e o carácter repetitivo dos delírios.

  • Outra manifestação muito comum é a dificuldade em realizar movimentos automatizados, como os efectuados ao pentear-se, barbear-se, limpar-se, vestir-se ou comer. À medida que a doença vai evoluindo, estas dificuldades tendem a agravar-se de tal forma que o paciente acaba, também, por perder a capacidade de compreender o significado destes actos, já que ao ver um pente ou um garfo, o indivíduo não sabe qual a utilidade destes objectos.

  • Uma outra manifestação característica são as alterações, progressivamente mais graves, da linguagem, pois o paciente tem o hábito de não se recordar ou reconhecer o nome dos objectos, começa a utilizar um vocabulário cada vez mais pobre, comete erros gramaticais muito evidentes, tem grandes dificuldades em entender o que dizem e pronuncia as palavras com grande dificuldade ou de forma incorrecta.

  • Por fim, uma outra manifestação muito comum é a instabilidade emocional, pois as pessoas com demência costumam evidenciar alterações bruscas do seu estado de ânimo e no relacionamento, alternando momentos de irritabilidade com euforia, de riso com choro, de comunicabilidade com total indiferença.
 
Na maioria dos casos, as manifestações vão-se intensificando e aumentando com o decorrer do tempo, de tal forma que, nas fases mais avançadas, o paciente está desorientado e incapaz de viver sozinho, pois não sabe quem é, de onde é, com quem vive, que ano é e não se recorda para que servem os objectos mais comuns nem como se realizam as actividades quotidianas elementares como a alimentação ou a higiene pessoal e, por vezes, também não consegue controlar as suas necessidades fisiológicas. Nesta fase, os pacientes necessitam de acompanhamento permanente da família ou devem ser internados num centro especializado.

Aos três anos, já querem ser Magras

Por: Ana Esteves  |  10- 12- 2010  9: 56
http://www.tvi24.iol.pt/criancas/alimentacao-peso-obesidade/1216857-5539.html


As meninas aprendem desde cedo a valorizar a magreza e ver com maus olhos o excesso de peso. Segundo um estudo realizado nos EUA, na Universidade de Pepperdine, entre os três e os cinco anos as crianças do sexo feminino já têm bem estabelecida a associação entre magreza e beleza.

Foram entrevistadas 55 crianças durante a observação da imagem de uma pessoa que só diferia no tamanho: gorda, média e magra. Perante a imagem da pessoa gorda, algumas crianças revelaram sentimentos bastante negativos. Algumas nem quiseram tocar na imagem e foram ouvidos comentários como «odeio-a». Apreciações negativas foram muito mais frequentes perante a imagem da pessoa gorda do que perante aquela em que estava mais magra.

A coordenadora Jennifer Harriger, considera que a pressão que as crianças sentem para não aumentarem de peso começa muito cedo. O que é preocupante tendo em conta que está associada ao desenvolvimento de distúrbios alimentares e depressão. Preocupante também é a hostilidade sentida em relação a pessoas com excesso de peso e o que pode representar na relação entre as crianças, em ambiente escolar.

O estudo vai ter continuidade, com o inquérito a ser realizado noutras zonas dos EUA. Os resultados foram publicados no jornal Sex Roles.

07/12/2010

Como vai a Saúde? Um bocadinho mal, obrigada!

Revista Bipolar:


"Li algumas notícias sobre a saúde e dei comigo a reflectir sobre a respectiva definição.
De acordo com o Dicionário de Língua Portuguesa, saúde significa "do que é são; ausência de doença; (…)".
Por reflexão simplista e lógica, quando as mentes oficialmente superiores delineiam o Programa Nacional de Saúde seria, supostamente,no sentido de proporcionar aos utentes, sobretudo aos necessitados (que na actual vigência crescem, em número, a olhos vistos) a saúde ou o aproximar dela, o mais possível.

Mas será mesmo isso que se verifica? As taxas moderadoras aumentam,as comparticipações nos medicamentos diminuem, os descontos obrigatórios aumentam, a saída de médicos de família dos Centro de Saúde, levam a que milhares de utentes fiquem sujeitos às listas de vagas (que por vezes nem existem), fecham-se Hospitais que bem ou mal serviam populações em áreas de dezenas de quilómetros, com a justificação de que não são "rentáveis", como se se tratasse de empresas privadas.

Perdoem a minha ignorância! É suposto os cuidados públicos de saúde serem rentáveis? Eu acreditava que eles garantiam uma alínea dos direitos humanos, vejam lá a minha ingenuidade!

Mas até aqui, falei em saúde em geral.
Se tentarmos falar seriamente de como vai a saúde mental, provavelmente ficaremos "loucos".
Começam a formatar-se algumas medidas que à vista desarmada até se afiguram positivas, sobretudo para quem conhece pouco do assunto, o que me preocupa é como essas medidas vão ser agilizadas, na prática.
Vejamos: 3% do Orçamento de Saúde/2009 foi atribuído à área da Saúde Mental. Quando se estima que, em Portugal, haja cerca de 300 mil pessoas a sofrer de duas das doenças mentais mais comuns (esquizofrenia e distúrbio bipolar), já sem contar com os números da depressão, sobre os quais nem sequer existem estatísticas actuais fiáveis.
Quando o próprio Coordenador do Plano Nacional de Saúde Mental prevê que 2 milhões de portugueses venham este ano a sofrer de perturbações psiquiátricas, devido à famigerada crise económica.
Quando, segundo estudo elaborado pela Federação Mundial para a Saúde Mental, no ano transacto, cada doente gasta só em tratamentos, em média, 263,24 Euros por mês.
Quem ouve falar em 5 milhões de euros para a área da saúde mental pensa: - Fantástico!
Porque, creio eu, a maioria dos portugueses não sabe bem para que dão 5 milhões de euros, especialmente na saúde.
Além de mais, no mesmo pacote propõe-se encerrar os últimos redutos da saúde mental do país - os grandes hospitais psiquiátricos que, embora com muitos pontos negros, já valeram a muitos dos que agora prestam contribuição válida à sociedade.
As doenças mentais são, frequentemente, encaradas como um "incómodo" para a sociedade em geral, para a qual, valores maiores se levantam, especialmente, agora. Os problemas psicológicos são tantas vezes considerados discutíveis ou mesmo caprichos do paciente, inclusive, por médicos, o que, na minha humilde opinião, constitui erro grave.

Num momento em que tanto se fala da crise e das suas consequências e em que até os especialistas salientam as psicológicas, não estaremos a descurar algo importante para toda uma sociedade futura?
Se não se tomarem as devidas medidas, que possibilidades terá esta geração que, já avançada na idade, perde a esperança em melhores dias ou as novas gerações, que vão certamente encontrar dificuldades para as quais não foram formatadas?
Todo este panorama, assim analisado, parece muito negro, mas a verdade é que num sistema democrático, todos nós temos acesso a mecanismos para expor a nossa opinião, é a contribuição de muitos que faz a diferença.

O laxismo dos portugueses perante as decisões superiores, neste país, tem colocado a nossa realidade num patamar perigoso.
Está, penso eu, na altura de, com racionalidade, devidamente informados e pelos veículos adequados, intervirmos na nossa sociedade, de forma construtiva.
O respeito pelas instituições implica o reverso, que é o respeito pelos cidadãos que as mantêm.
Até breve, amigos e tentemos acordar a cidadania em nós, pela saúde de Portugal!"

Ana Dinis
Sócia n.º 190

06/12/2010

Receio dos Psiquiatras


É frequente nas pessoas referirem-se aos Psiquiatras como médicos dos malucos. O que muitos não sabem nem sonham é que as doenças psiquiátricas com traços de loucura constituem uns escassos 5% de todas as psicopatologias que afectam os doentes.
Mais ainda, a maioria das pessoas que se dirigem a consultas, fazem-no por sentirem violentos tormentos psicológicos, não devendo, por isso, ser marginalizadas.
A Psiquiatria é um ramo da Medicina que estuda os distúrbios comportamentais associados ao pensamento, transtornos de ansiedade e outras enfermidades graves. Tem subespecialidades diversas e áreas de estudo várias.

Por vezes, é posta em causa pelo facto de as doenças não serem visíveis através de um exame médico como um tumor que cresce ou uma infecção que se alastra. Será uma doença física mais degradante que uma doença mental? A resposta é tão simples quanto esta - depende. Pensem sobre isto

Do I Have Schizophrenia?



Filme em inglês que retrata bem o que é a esquizofrenia.
Admitir que algo não está bem é o primeiro passo para recuperar da doença

05/12/2010

Terapia ajudou ratos com Alzheimer - Ciência - DN

Terapia ajudou ratos com Alzheimer - Ciência - DN
30 Novembro 2010


Um grupo de cientistas conseguiu travar, e mesmo melhorar, os problemas de memória em ratinhos com a doença de Alzheimer através de uma terapia génica, em que um gene específico foi alterado para produzir maiores quantidades de uma molécula, a EphB2, que desempenha um papel chave na função da memória. A descoberta pode levar a uma nova abordagem terapêutica em doentes humanos no futuro.
Uma das características da doença de Alzheimer, tanto em seres humanos como em ratos, é que os níveis da enzima EphB2 são anormalmente baixos nos centros da memória do cérebro. E foi ao aumentar a circulação dessa molécula nessas regiões cerebrais, nos ratinhos, que a equipa do Gladstone Institute of Neurological Disease (GIND), em São Francisco, nos Estados Unidos, conseguiu inverter o problema da memória. O estudo foi publicado ontem na Nature.
As funções da aprendizagem e da memória pressupõem uma boa comunicação entre as células neuronais, o que envolve a libertação de moléculas - os neurotransmissores - que estimulam os receptores nas células. Na doença de Alzheimer há uma diminuição dos neurotransmissores.
"Pensámos que a molécula EphB2 deveria estar ligada aos problemas de memória nesta doença porque é um dos reguladores dos neurotransmissores e atinge níveis muito baixos na doença", explicou o coordenador do estudo, Moustapha Cisse.
Ao normalizarem os níveis daquela molécula nos ratos com Alzheimer os cientistas confirmaram a melhoria das funções da memória nos ratinhos e prevêem que a partir daqui é possível desenhar novas terapias.

04/12/2010

Esquizofrenia:a Vida para além da Doença

Correio do Minho - Notícias
Por Sónia Sousa 2010-12-04

A esquizofrenia, que afecta entre 70 mil a 100 mil portugueses é uma das doenças psiquiátricas mais graves, é uma doença do cérebro, que afecta gravemente a forma de pensar, a vida emocional e o comportamento em geral.

António Palha, presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental e director clínico da Casa de Saúde do Bom Jesus explica que é das doenças mais graves porque 'ocorre com um sintoma central que é a perda do juízo crítico da pessoa. A pessoa tem uma compreensão da realidade que é diferente das outras'.

Alucinações (observar as coisas de forma diferente), delírios (crenças de natureza bizarra ou paranóide que não são verdadeiras), alterações do pensamento ou medo são alguns dos sintomas da esquizofrenia.
Uma importante característica reside no facto de os doentes com esquizofrenia não terem qualquer ideia de que estão a sofrer da doença. Perdem contacto com a realidade.
 


Parte da esquizofrenia terá base genética
A esquizofrenia aparece, na maioria dos casos, no fim da puberdade, mas é também uma doença que pode estar uma vida inteira sem se manifestar.
Parte das esquizofrenias terá uma base genética mas o desenvolvimento da doença pode também ser provocado; por exemplo, as drogas e o álcool podem ser factores desencadeantes.


No caso das drogas, António Palha refere que “as pessoas que têm predisposição para a doença e abusam dessas substâncias têm um risco imenso de ter uma esquizofrenia. Quem não tem predisposição poderá também, pelo uso excessivos de estupefacientes, acabar por ter um funcionamento cerebral que é também diferente do normal. Aquilo que é uma experiência passageira, de tanto repetir-se passa a ser a norma”, adverte o clínico.


Virgílio acredita que no seu caso foram as drogas e o álcool que acordaram a esquizofrenia. Aos 19 anos, a doença manifestou-se pela primeira vez, levando-o ao primeiro internamento.
Negou ser esquizofrénico durante quatro anos, até que foi novamente internado.


Sinais precoces de alarme para a esquizofrenia:

* Isolamento social e deixar de passar muito tempo com pessoas da mesma idade;
* Perda de memória, por exemplo esquecer-se onde as coisas foram colocadas;
* Alterações da percepção: quando os objectos mudam subitamente de tamanho ou de cor;
* Paranóia: pensam que alguém está a falar acerca delas e que as coisas estão a ser feitas 'nas suas costas';
* Preocupação extrema com religião, filosofia, ocultismo, etc.; ou mesmo tornar-se membro de uma seita ou culto;
* Alterações do pensamento: argumentos incoerentes, ilógicos ou abstractos;
* Dificuldade em manter a atenção: distrair-se com facilidade;
* Depressão;
* Agressão, irritabilidade ou hostilidade inesperada;
* Falta de energia;
* Perturbações do sono: muitas vezes acordado/a à noite e a dormir durante o dia;
* Medo, tremor das mãos ou voz trémula;
* Perda de apetite, ou pelo contrário apetite voraz;
* Deterioração da higiene pessoal, ex. tomar muito poucas vezes banho ou lavar-se raramente;
* Problemas de integração;
* Delírios


Virgílio: um caso de sucesso


Antes de estar medicado, Virgílio chegou a acreditar que era Deus. Ao ‘Correio do Minho’ descreveu os delirios e alucinações: 'ouvia barulhos e vozes que associava a tarefas rotineiras, por exemplo sempre que ligava uma torneira para tomar banho. Desconfiava bastante do que me rodeava. Até as imagens que via na televisão as associava a mim. Achava que as guerras eram por minha culpa, porque eu não conseguia resolver as coisas. Achava-me o centro das atenções, até cheguei a achar que era Jesus Cristo'.

Foi a partir do segundo internamento que tomou consciência de que era doente, importante para aceitar a doença foi também o apoio psicológico que teve na clinica Aldom, em Braga.
O internamento, numa fase aguda da doença, é fundamental para que sejam criadas as condições para a reorganização da mente. António Palha defende que 'haver tempo para estudar o caso e uma observação diária pela equipa que acompanha o doente é fundamental para que sejam criadas as condições de reorganizar uma mente que está muito perturbada'. No entanto, o clínico esclarece também que há casos, que detectados precocemente, podem ser tratados em ambulatório.

No tratamento destes doentes é importante também a psicologia, Marta Alves, da clínica Aldom, onde Virgílio foi acompanhado, referiu à nossa reportagem que 'a psicoterapia ajuda o doente a perceber que realmente padece dessa doença e que precisa de ajuda, quer a ajuda farmacológica, que é fundamental, quer a ajuda a nível da psico-educação e do confronto com a esquizofrenia; como poderá lidar com os sintomas e ao mesmo tempo ter uma vida normal'.
É muito importante nestes casos, como em qualquer outra doença, que sejam detectados precocemente.

António Palha diz que cerca de metade dos doentes podem ter uma vida normal.
O Virgílio, refere Marta Alves, “é um caso de sucesso, uma vez que conseguiu colmatar a lacuna social e ocupacional que surgiu na altura que percebeu que tinha os sintomas da doença. Tem dois livros escritos e um negócio próprio. Tem autonomia total'.

Virgílio sente-se outra pessoa desde que iniciou o tratamento 'sinto mais auto-estima, uma forma melhor de ver as coisas, o mundo em si. Sinto mais segurança e estou muito dedicado ao trabalho'.
Tem a própria empresa e dois livros editados, que falam sobre a doença e o seu caso. O primeiro intitulado 'Uma luz no vazio, um ponto no infinito - Grafomania' foi escrito durante o segundo internamento. Com o segundo 'Mentiste-me mente', pretende pôr um ponto final naquela fase da sua vida.

A família funciona como um dos pilares mais importante na recuperação de um doente. Marta Alves refere que 'a familia reage com choque ao diagnóstico da doença. Há uma tendência para negar inicialmente e para pensar que é uma coisa menor. Mas a aceitação da família vai ser fundamental para depois o doente se adaptar à própria doença'.

No caso do Virgílio, a família não aceitou totalmente a doença já que continua a associar os comportamentos apenas ao álcool e às drogas.
O estigma associado à doença mental é dos principais obstáculos para o tratamento e controlo da esquizofrenia. António Palha diz que 'não podemos ter medo de recorrer ao psiquiatra porque quanto mais cedo se tratar melhor será o prognóstico'.

Virgílio sentiu o estigma. Na escola era apontado, e por isso, agora nas novas amizades que faz prefere não contar o passado, também porque não quer ser visto como um 'coitado'.
A vida que agora tem 'banal' era tudo com que sonhava na altura que tomou consciência de que era esquizofrénico.
Associada muitas vezes à loucura, a esquizofrenia é uma doença que controlada permite aos doentes uma vida normal.

01/12/2010

Perturbação Obsessiva-Compulsiva (TOC)

Por Lídia Craveiro 27.04.2009
http://lidia-outrosolhares.blogspot.com/2009/04/perturbacao-obsessiva-compulsiva-toc.html

Obsessões são pensamentos ou idéias (p.ex.dúvidas), impulsos, imagens, cenas, que invadem a consciência contra a vontade da pessoa, de forma repetitiva, persistente e estereotipada, seguidas ou não de rituais destinados a neutraliza-las. São experimentadas como intrusivas e invasivas, inapropriadas ou estranhas pelo paciente em algum momento ao longo do transtorno. Normalmente são acompanhadas de ansiedade ou desconforto acentuados. O indivíduo tenta resistir a elas, ignora-las ou suprimi-las com acções ou com outros pensamentos, reconhecendo-as, no entanto, como produtos de sua mente e não como originadas do exterior.

As obsessões mais comuns são as seguintes:
-Agressão: preocupação em ferir os outros ou a si mesmo; insultar; impulsos de agredir;
-Contaminação: sujeira, germes; contaminação, pó; doenças;
- Conteúdo sexual: fazer sexo com pessoas ou em situações impróprias; pensamentos obscenos.
- Armazenamento e poupança: coleccionar, guardar objectos inúteis;
- Religião: escrupulosidade, blasfémias, pecado, certo/errado;
- Simetria: exactidão e alinhamento;
- Somáticas: preocupação excessiva com doenças;
- Diversas: sons, palavras , números.

Compulsões são comportamentos repetitivos ( lavar as mãos, tomar banhos repetidas vezes, verificar janelas, portas, fogão, torneiras, gaz, alinhar coisas, repetir gestos e actos), ou actos mentais ( rezar, contar, repetir palavras ou frases) que a pessoa é levada a executar em reposta a uma obsessão ou em virtude de regras que devem ser seguidas regidamente. Os comportamentos ou actos mentais são destinados a prevenir ou reduzir o desconforto associado à obessão, e prevenir algum evento ou situação temidos e em geral não possuem uma conexão realista ou directa como que pretendem evitar, ou são claramente excessivos.

As compulsões mais comuns são :- limpeza/lavagem: mãos, corpo, banho, toalhas, limpeza da casa , não tocar em nada;
- verificação ou controle: fechaduras, portas, janelas, gaz, torneiras, chuveiros etc;
- repetições – sair/entrar, palavras, números, parágrafos, paginas, gestos, leitura, escrita,
- contagens – objectos, janelas, portas, carros etc;
- Ordem : arranjos, sequencias, ordem, simetria, alinhamento;
- acumular/colecionar: empilhar jornais velhos, colecionar objectos;
- compulsões diversas: outros rituais mentais, fazer listas, tocar, bater de leve ou tocar em objectos, olhar;

Muitas vezes as compulsões são actos mentais, ficando portanto encobertos da observação dos outros.

Sempre que for portador de alguma destas obsessões ou compulsões deverá suspeitar ser portador de um Transtorno Obsessivo Compulsivo.

As pessoas portadoras deste transtorno normalmente envergonham-se do que consideram ser uma fraqueza, além do sofrimento que o transtorno lhes impõe.

Tratamento – o tratamento é combinado quando o transtorno é muito grave, ou seja é feito com medicamentos e com psicoterapia em simultâneo. Normalmente as pessoas portadoras deste transtorno respondem bem à farmacologia mas é sempre importante fazer psicoterapia, pois só assim são identificados e elaborados os pensamentos que estão por detrás das obsessões e compulsões

25/11/2010

Estigma associado à Esquizofrenia


Porque é que a esquizofrenia está associada a um forte estigma social?

De entre as razões que podem levar à estigmatização da esquizofrenia, podem referir-se a ignorância sobre o que é a esquizofrenia e sobre os processos actuais de tratamento; os preconceitos e as ideias populares, sem fundamento científico, mas que estão enraizadas na nossa cultura e que levam as pessoas a ter medo de conviver com pessoas que sofrem de perturbação mental, por pensarem que essas pessoas podem ser conflituosas e perigosas, ou não saberem comportar-se em sociedade.

Quais são as consequências da estigmatização da esquizofrenia?
Em consequência da estigmatização, a sociedade reforça o seu ponto de vista de que a esquizofrenia não pode ser tratada, o que leva as pessoas a evitar dar emprego a pessoas que sofrem ou sofreram de esquizofrenia, mesmo que já se encontrem capazes de trabalhar. O convívio com tais pessoas é evitado e as pessoas mais próximas estão sempre prontas a interpretar em sentido negativo os comportamentos dos seus amigos ou familiares, criando um sentimento de insegurança e de falta de compreensão. A estigmatização pode gerar um sentimento de vergonha entre os familiares e nos próprios doentes e isso ainda os afasta mais dos serviços e dos profissionais de saúde que lhes poderiam proporcionar auxílio e ajudá-los a fazer uma vida normal.

Como vencer a estigmatização?

A estigmatização, como fenómeno de exclusão social, deve ser combatida a vários níveis, cujos principais intervenientes são: as pessoas que sofrem de esquizofrenia e as suas famílias; o pessoal e os serviços de saúde; os líderes e as organizações na comunidade de residência; os órgãos de comunicação social; e os organismos governamentais.
  1. As pessoas que sofrem de esquizofrenia e os seus familiares devem compreender e aceitar que a esquizofrenia é uma doença, de que ninguém é culpado, e que actualmente existem tratamentos que permitem a recuperação do indivíduo. Uma vez recuperado, o indivíduo poderá continuar fazer a sua vida familiar ou profissional.
  2. Independentemente das causas da esquizofrenia, o pessoal e os serviços de saúde devem desenvolver a sua actividade o mais perto possível dos locais de residência dos doentes e organizar programas de psicoeducação destes e das suas famílias. Os programas de psicoeducação para além de contribuírem para uma melhor evolução da doença, são um dos meios mais eficazes para combater a estigmatização.
  3. Embora a estigmatização seja um fenómeno de origem social com especial relevância para a comunidade de residência, não se pode esquecer que a própria comunidade deve ser mobilizada contra a descriminação da esquizofrenia e outras perturbações mentais. Autarcas, ONGs e líderes locais devem ser chamados a participar na mudança de atitudes negativas contra a esquizofrenia.
  4. A comunicação social tem uma enorme influência na formação de atitudes, sendo necessário que os profissionais da comunicação social tenham melhor informação e acesso a documentação actual sobre a esquizofrenia.
  5. Ao estado compete um papel muito importante no estabelecimento de políticas correctas e na garantia dos direitos humanos e sociais, das pessoas que sofrem de perturbação mental, considerando-se que o respeito pelos direitos humanos é igualmente uma forma privilegiada de luta contra a estigmatização e a discriminação social.

24/11/2010

Vamos ser Todos mais Humanos



Chega de humilhações e tristeza. Estas pessoas, em nada inferiores, merecem todo o nosso respeito e compreensão. Só com a ajuda de todos poderemos reverter esta situação portanto: "Pare, Pense, Compreenda"


Discriminar não, cuidar sim!
Vamos ser todos mais humanos

22/11/2010

Rede de Cuidados Continuados subutilizada porque hospitais não enviam doentes - PUBLICO.PT

Coordenadora da Unidade de Missão da Rede revela que há unidades de convalescença com taxas de ocupação baixas.
 Quatro anos após a criação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), que hoje se assinala, há ainda "muitos hospitais, particularmente a norte, que não fazem a referenciação dos doentes para a Rede, após o internamento cirúrgico, o que faz com que a taxa de ocupação em unidades de convalescença ronde os 70 por cento". O desabafo é da coordenadora da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados, Inês Guerreiro, que lança um apelo aos médicos para que passem a referenciar os doentes para as unidades de convalescença, após internamento.


"Os médicos não podem continuar a dizer que é burocrático dar informações sobre os doentes, essa é uma mentalidade que não se aceita. Isso é terceiro mundo", declara Inês Guerreiro, pedindo mudanças em nome da humanização dos doentes. "Temos de fazer uma grande mudança a nível dos profissionais de saúde, especialmente dos médicos, não apenas dos hospitais, mas também dos centros de saúde", defende. E frisa que "não se pode aceitar que um doente que saia de um hospital e vá para outro médico seja dos cuidados primários, seja da RNCCI, sem saber o que teve, que medicamentos lhe foram prescritos, que exames de diagnóstico fez e que tipo de cuidados necessita".


Em declarações ao PÚBLICO, a coordenadora de Missão revela que, de uma maneira geral, "os hospitais referenciam mal os doentes, mas é a norte que o problema se coloca", adiantando que a ARS-Norte (Administração Regional de Saúde) já foi alertada. Preocupada, adverte que, se não houver mudanças, "vai ser necessário proceder-se a uma reavaliação das unidades de convalescença, algumas das quais registam taxas de ocupação baixa". Cabeceiras de Basto e Felgueiras são alguns dos exemplos.


Filomena Cardoso, vogal do Conselho Directivo da ARS Norte, garante que a Região Norte é aquela que, "indiscutivelmente", tem mais unidades: 251 camas de convalescença, 430 de média duração e 602 de longa duração. "Apesar disso, Filomena Cardoso defende uma melhor agilização no funcionamento da Rede. "É preciso trabalhar com os hospitais para melhorar os processos dentro da própria Rede", disse, revelando que "há equipas afectas para trabalharem com as equipas de gestão de alta dos hospitais para se melhorarem os processos de referenciação".


A coordenadora de Missão faz uma "avaliação de sucesso" do trabalho feito ao longo dos quatro anos, mas não ignora a existência de falhas. Lamenta, por exemplo, que ainda não tenham sido lançadas as unidades de ambulatório (talvez em 2011) e diz que "neste momento é curta a resposta que existe também a nível da Segurança Social, porque faltam lares para acolher as pessoas que têm saúde e têm de sair das unidades de cuidados continuados, mas não têm para onde ir".


Olhando para a Europa e tendo em conta o envelhecimento da população de Portugal, Inês Guerreiro não tem dúvidas que dentro de dois a três anos vai ser necessário um "novo planeamento" com políticas mais eficazes para uma população cada vez mais necessitada de apoio social e de saúde. É isso a que se assiste em França, no Canadá, países que fizeram esta reforma há 30 anos. "A situação demográfica e epidemiológica do país vai continuar a envelhecer e as metas que definimos não serão suficientes. Esta é uma Rede que tendencialmente vai ter de ser ajustada", vaticina, defendendo uma atenção especial para os doentes mentais crónicos e para os que sofrem de demência.


Criada em 2006, a RNCCI tem como objectivo a prestação de cuidados continuados integrados a pessoas que se encontrem em situação de dependência.


Os números da Rede


65.000 - De 2006 até agora, já foram referenciados 65 mil casos, mais cinco mil do que os que foram tratados pela RNCCI.


101 - Segundo dados de Julho deste ano, existem 101 equipas domiciliárias. A Região Centro é a que apresenta mais: 42.
4500 - A coordenadora da Unidade de Missão revela que existem 4500 camas em funcionamento de várias tipologias: convalescença, média duração, longa duração e paliativos

Dormir com TV ligada causa Depressão - Sol

Dormir com TV ligada causa depressão - Sol


18 de Novembro, 2010

Não está relacionado com a programação, mas sim com a luz emitida pelo televisor. Dormir à noite com a televisão ligada pode causar alterações no cérebro que estão relacionadas com a depressão, concluiu um estudo de neurocientistas norte-americanos realizado com hamsters, avança o El Mundo
É a primeira vez que se demonstra que uma luz durante a noite, por muito ténue que seja, produz alterações no hipocampo, uma das principais estruturas do cérebro, que desempenha um papel-chave nos transtornos depressivos.
O estudo, levado a cabo por investigadores da Universidade de Ohio, foi apresentado nesta quinta-feira em San Diego (Estados Unidos) na reunião anual da Sociedade para a Neurociência.
«A exposição crónica à luz durante a noite é um factor relativamente recente na história da Humanidade e não é natural, pelo que reduzir a iluminação artificial quando se dorme é conveniente», afirmaram os investigadores na apresentação.

10/11/2010

Metade dos adolescentes que tiveram depressão voltam a sofrer da doença - Em Letra Miúda

Metade dos adolescentes que tiveram depressão voltam a sofrer da doença

segunda-feira, 8 de Novembro de 2010 0:00

A maior parte dos adolescentes diagnosticados com depressão e que responderam bem ao tratamento, ao fim de dois anos, voltam a desenvolver a doença. A conclusão foi publicada na última edição do “Archives of General Psychiatry” e aponta para que não exista uma terapia que realmente evite o reaparecimento da doença. “E não existe um indicador que permita perceber quantos dos que se encontram em tratamento terão uma recaída”, acrescentou o principal autor do estudo John Curry, do Centro Médico da Universidade de Duke (Durham, EUA).No total, 86 rapazes e 110 raparigas, com idades entre os 14 e os 22 anos, participaram no Estudo de Tratamento da Depressão em Adolescentes (TADS) que constatou que, apesar de muitos terem superado a doença, ao longo dos anos metade voltou a reincidir.A depressão é uma das doenças mentais com maior prevalência entre os adolescentes: afecta cerca de 5,5% das raparigas e 4,6% dos rapazes. Está relacionada com a deterioração cognitiva (falta rendimento escolar devido à dificuldade de atenção, concentração e memória), com um maior risco de suicídio e com a depressão na idade adulta. Daí a importância de investigar, não só a eficácia dos tratamentos, como a recorrência da depressão.Os dados revelaram que 96% dos participantes no estudo recuperou do primeiro episódio depressivo durante cinco anos, sendo que 88% recuperou nos dois primeiros anos. Para surpresa dos investigadores, nos cinco anos de seguimento cerca de 47% voltou a entrar em depressão, independentemente do tratamento recebido.Segundo os autores da investigação, as raparigas (57%) em comparação com os rapazes (33%) tem mais probabilidades de vir a sofrer novamente de depressão, juntando-se a esta patologia a ansiedade. Os adolescentes que “voltaram a ver-se a braços com uma depressão atingiram valores muito altos nas escalas de avaliação que medem os pensamentos e comportamentos suicidas”.

Público - Antipsicóticos gratuitos para doentes mentais graves em 2011

Público - Antipsicóticos gratuitos para doentes mentais graves em 2011

Antipsicóticos gratuitos para doentes mentais graves em A partir de 2011, os doentes mentais graves assistidos nos serviços públicos de psiquiatria vão passar a ter acesso a antipsicóticos gratuitos. A garantia foi deixada ontem pela ministra da Saúde, Ana Jorge, na abertura da conferência europeia Promover a Inclusão Social e Combater o Estigma para Uma Melhor Saúde Mental e Bem-Estar, onde anunciou também a "elaboração e divulgação de guias de orientação sobre a prescrição racional de psicofármacos".

Ana Jorge anunciou duas outras medidas: a "promoção de um estudo sobre padrões de prescrição prevalentes relativamente aos psicofármacos em Portugal" e "o desenvolvimento de um programa de formação de médicos de medicina geral e familiar sobre a utilização racional de medicamentos para tratamento de doenças psiquiátricas". Para a ministra, "este pacote de medidas responderá, de forma eficaz, às necessidades dos doentes que realmente precisam de medicação e, por outro lado, ao combate à prescrição excessiva de medicamentos". M.G.

02/11/2010

A Loucura

“ Loucura? – Mas afinal o que vem a ser a
loucura?... Um Enigma… Por isso mesmo é que
às pessoas enigmáticas, incompreensíveis, se dá o
nome de loucos…
Que a loucura, no fundo, é como tantas outras,
uma questão de maioria. A vida é uma convenção:
isto é branco, unicamente porque se determinou
chamar à cor daquilo branco. A maior parte dos
Homens adoptou um sistema determinado de
convenções: é gente de juízo…
Pelo contrário, um número reduzido de indivíduos
vê os seus objectos com outros olhos, chama-les
outros nomes, pensa de maneira diferente, encara a
vida de modo diverso. Como estão em
minoria…são doidos…
Se um dia porém a sorte favorecesse os loucos, se
o seu número fosse superior e o génio da sua
loucura idêntico, eles é que passariam a ser os
ajuizados: Na terra dos cegos, que tem olho é rei
diz o adágio: na terra dos doidos que tem juízo, é
doido, concluo eu.
O meu amigo não pensava como toda a gente…Eu
não o compreendia: chamava-lhe doido…
Eis tudo”.
Mário de Sá Carneiro, 1910

26/10/2010

"One Flew Over the Cuckoo's Nest" (Voando sobre um ninho de cucus)

Classificação: M12

País: Estados Unidos

Ano: 1975

Género: Drama

Duração: 133m

É um filme dramático, realizado por Milos Forman em 1975 e protagonizado por Jack Nicholson, Louise Fletcher, Brad Dourif, Danny DeVito, Christopher Lloyd e Vincent Schiavelli. Este filme, conta uma estranha história sobre Randle Patrick McMurphy (Nicholson), um jovem delinquente que, para escapar a uma pena de trabalhos forçados, resolve fingir-se de doente mental. Quando chega à instituição psiquiátrica onde é internado, começa a confrontar-se com os abusos físicos e psicológicos (na figura das lobotomias) praticados pela calculista enfermeira-chefe Ratched (Fletcher) e resolve desafiar as autoridades, instigando os doentes a rebelarem-se contra os tratamentos pouco ortodoxos da enfermeira. 
O filme foi adaptado a partir do livro de Ken Kesey - um líder espiritual do movimento hippie -, que baseou a sua obra a partir da sua própria experiência pessoal num hospício. Em 1972, tinha sido levada à cena como peça teatral protagonizada por Kirk Douglas, que comprou os seus direitos cinematográficos, cedendo-os posteriormente ao seu filho Michael Douglas.
"Voando sobre um ninho de cucos" foi premiado com 5 Óscares nas categorias principais (Filme, Realização, Actor, Actriz e Argumento Adaptado).

Referências:
Voando sobre um Ninho de Cucos. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-10-26].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$voando-sobre-um-ninho-de-cucos>.
http://www.imdb.pt/title/tt0073486/