"No fundo o que é um maluco? É qualquer coisa de diferente, um marginal, uma pessoa que não produz imediatamente. Há muitas formas de a sociedade lidar com estes marginais. Ou é engoli-los, tranformá-los em artistas, em profetas, em arautos de uma nova civilização, ou então vomitá-los em hospitais psiquiátricos"

António Lobo Antunes

27/04/2011

Do hospital psiquiátrico para a comunidade

Ana Cardoso - 26-04-2011 12:19
por Ana Cardoso
(Psicopedagoga)
 





A doença mental constituiu desde sempre um desafio à capacidade das sociedades integrarem e cuidarem dos seus portadores.


Atualmente, estamos a passar pelo processo de desinstitucionalização psiquiátrica que prevê a passagem dos doentes internados em hospitais psiquiátrico para habitações comunitárias.

Associado ao aparecimento desta política esteve, entre outros fatores, o fato destes doentes estarem afastados da comunidade, aspecto que promove o estigma associado às pessoas que sofrem de uma doença mental. Coube então aos sistemas de saúde mental a responsabilidade de criarem alternativas habitacionais para a transição dos utentes dos hospitais para a vida em comunidade.

Em todo o caso, não é possível desenvolver a reabilitação e a desinstitucionalização se não existirem na comunidade equipas que apoiem os doentes e as famílias. É também fundamental desenvolver novos serviços mais próximos das pessoas se a maior parte dos recursos continuarem concentrados no tratamento intra-hospitalar.

A abordagem da Saúde Mental Comunitária dá cada vez maior ênfase à manutenção dos doentes na respectiva comunidade residencial, com promoção da sua autonomia e integração social, em vez de os confinar, mais ou menos de forma permanente, em instituições psiquiátricas.

O desenvolvimento recente da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados procura permitir o desenvolvimento de respostas específicas de cuidados continuados integrados no âmbito da saúde mental.

Estas respostas, da responsabilidade conjunta dos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social e da Saúde, terão como objetivo geral a prestação de cuidados continuados integrados a pessoas com perturbações mentais graves e/ou incapacidade psicossocial que se encontrem em situação de dependência.

As respostas específicas dos cuidados continuados integrados no âmbito da saúde mental constituem um segmento especializado da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, criada pelo decreto-lei nº 101/2006, de 6 de Junho, regendo-se pelos princípios aí definidos, com as devidas adaptações a definir no diploma próprio previsto para a área da saúde mental.

De acordo com este diploma, a prestação de cuidados continuados integrados de saúde mental é assegurada por: Unidades de convalescença; Residências de treino de autonomia, residências de apoio máximo, residências de apoio moderado e residências autónomas; Unidades Sócio-Ocupacionais; Equipas de apoio domiciliário.

Esta transição requer de uma preparação rigorosa. É importante que se avaliem as necessidades individuais de cada pessoa para que, na medida do possível, a resposta habitacional oferecida seja favorável à sua plena integração. No entanto, e para que estes e outros objetivos se cumpram é necessário que sejam criadas oportunidades que facilitem a reabilitação social destas pessoas. Este pode, sem dúvida, representar um passo importante no combate ao estigma. Vale a pena reforçar que, nesta luta, todos nós temos também um papel importante a desempenhar.





19/04/2011

Entrevista dada à Rádio Aurora - A Outra Voz


Aqui está a nossa entrevista na Rádio Aurora - A Outra Voz realizada no dia 7 de Janeiro de 2011 no Hospital Júlio de Matos. A banda sonora é dos DM.
Esperamos que gostem!

18/04/2011

Os Dias do Fim da Casa da Loucura -Correio da Manhã

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/outros/domingo/os-dias-do-fim-da-casa-da-loucura
No último baile de Carnaval espalharam-se balões na sala grande, ali entre o refeitório e a sala de jogos, para abafar o eco do vazio no Miguel Bombarda, o primeiro hospital psiquiátrico do País, onde, em tempos que já lá vão, o bailarino Valentim de Barros, internado durante 48 anos por ser homossexual e travesti, pedia a quem passava para dançar e onde o poeta Ângelo de Lima debitava versos que depois escrevia no papel.
Nos mesmos corredores onde desde 1848 muitos deambularam entre a lucidez e a loucura, perfilam-se hoje quartos vazios, camas vazias, portas fechadas que já não precisam de chave. Perfilam-se também, mas por pouco tempo, corpos curvados que dormem em bancos a sesta junto a janelas soalheiras, gente grande que parece pequena, com medo do futuro, a fumar cigarros em baforadas nervosas. Estão tristes, mas na expectativa, pelo fim do ‘Miguel’, companhia e casa que há muito tempo – tanto tempo que não sabem quanto – é a única que conhecem.

HISTÓRIA CENTENÁRIA

A dias do fim do hospital que começou por se chamar Hospital de Alienados de Rilhafoles – criado há 163 anos para abrigar doentes mentais que antes se encavalitavam numa enfermaria do São José – e onde chegaram a viver centenas (em 1910 eram um milhar) moram agora 27, com uma média de idades de 68 anos, uma média de internamento de 40 e "a maioria afectada por psicoses do tipo esquizofrénico", como explica Ricardo França Jardim, director clínico do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa.
São tão poucos que os aniversários de todos cabem no mesmo cartaz e na reunião semanal não falta espaço no sofá para quem quiser participar. São tão poucos que quem visse do lado de fora da janela poderia pensar tratar-se de uma família de idosos que se juntou em roda para desfiar memórias. Em breve, no final do mês de Abril, serão encaminhados para duas residências (que mais tarde se vão chamar unidades residenciais de apoio) e para o Hospital Júlio de Matos, onde terão de reaprender rotinas e estabelecer elos de confiança com novos técnicos.
Em breve, os carrinhos de plástico e o rádio a pilhas de Ezequiel vão ser embalados a caminho de uma residência na zona do Restelo e quer o "compact disc" onde Zé Pedro ouve heavy metal, quer a boneca de pano que enfeita a cama de Esperança vão habitar o Hospital Júlio de Matos. "Já me disseram que vou para a casa nova e a menina Idália [enfermeira-chefe] diz-me que é melhor para mim, mas às vezes fico triste quando penso nisso porque esta é a casa que conheço" – conta Carminda, 75 anos e um diagnóstico de perturbação de humor que a fechou no hospital há 36.
"Estou aqui porque tenho a doença do Miguel Bombarda, é por isso que aqui estou. Acho que ganhei a doença porque desde que o meu marido morreu nunca mais tive alegrias. Faço chichi na cama e sou uma porcalhona, por isso é que nunca tive uma casa nova. A minha filha disse: ‘não te quero cá em casa’ então eu fartei--me de chorar e pedi ao padre para me arranjar um buraquinho na cave. Arranjou-me um rés-do-chão mas tinham medo que pegasse fogo à casa, então estou aqui, mas já não sei há quantos anos porque já são muitos".
Na parede colou fotografias dos três netos e à cabeceira guarda a imagem feliz de uma ida à praia da Areia Branca numa colónia de férias do hospital. Já perdeu há muito a companheira de quarto, por isso na porta a única fotografia é a sua – estratégia usada para os doentes não se enganarem nos quartos.

LOBO ANTUNES

Poucos metros quadrados dos 43 hectares do Hospital Miguel Bombarda estão hoje ocupados. Os "últimos 27" – como são chamados – concentram-se na Residência Psiquiátrica número 4, um corredor estreito e comprido com portas de um lado e outro. O imóvel, a perder de vista e muito degradado, foi vendido à sociedade Estamo, detida pela empresa pública Parpública, por 25 milhões de euros, em 2009, e onde outrora se abrigavam os doentes vão estar apartamentos e zonas comerciais.
No Bombarda, em 163 anos de história, muito mudou, fruto de evoluções no tratamento e concepção da saúde mental ao longo dos séculos. Ainda assim, heranças do passado, como as camisas-de-forças, célebres como instrumento de terapia entre 1930 e 1950, e os ‘banhos terapêuticos’ no balneário D. Maria II, construído em 1854 e há muito desactivado, fazem parte do espólio do hospital.
O mesmo onde António Lobo Antunes exerceu psiquiatria durante oito anos, entre a década de 70 e a de 80, antes de se dedicar à escrita a tempo inteiro. Sobre esse período disse numa crónica: "Lembro-me de um rapaz que se regou de petróleo e se chegou um fósforo. Do psicanalista que dava electrochoques em série (...), tenho vergonha de ter trabalhado no hospital, de ter sido médico ali. De me ter calado tantas vezes. Precisava de ganhar a vidinha não é?". Os tempos eram outros – e tão longínquos que só Alice Catarino, do secretariado – de entre todos os que trabalham actualmente no Miguel Bombarda – pode contar a história.
"Sou a única do tempo do dr. Lobo Antunes a trabalhar aqui, há 38 anos que o meu caminho é este, é quase como um vício. Estou muito triste por sair, por ter de ir para o Júlio de Matos, esta também era a minha casa". Alice conheceu o escritor "quando era novo, um rapaz bem bonito e um médico charmoso – os doentes gostavam muito dele porque o dr. Lobo Antunes alinhava nas doideiras deles. Eles diziam: ‘não é nada disso’ e ele dizia: ‘pois não, não é nada disso, tens razão’, e era assim que os conquistava".
Naquele tempo, os corredores tinham mais gente do que vazio e saber o nome dos pacientes de cor era tarefa à altura das memórias de elefante. Naquele tempo os doentes tinham farda. "Pijama igual, t-shirt igual, roupa igual, barba igual – não tinham identidade própria, eram indiferenciados" – contextualiza Luís Galhanas, enfermeiro-director do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (que engloba o Miguel Bombarda e o Júlio de Matos). Também naquele tempo os médicos não tinham um gabinete específico – mas, continua Alice, "o dr. Lobo Antunes tinha um preferido, onde estava quase sempre, era onde escrevia os livros, com a janela aberta".
Desse tempo, o espaço, hoje vazio de gente e bens, diferente do que outrora era, mantém as grades nas janelas (era o único que tinha grades) e a vista para o Pavilhão de Segurança, habitado pelos inimputáveis (os mais perigosos, sem responsabilidade pelas acções). O edifício panóptico (circular, com uma torre de vigia no meio, um pátio no interior e celas a toda a volta), considerado de interesse público no final do ano passado, foi construído em 1892 e esteve activo até 2000. Os 32 doentes de psiquiatria forense foram os últimos (antes dos 27) a sair, há um mês e meio. Já estão instalados no Júlio de Matos.

UMA VIDA INTEIRA

No ano em que nasceram dois célebres da política internacional, Angela Merkel e Hugo Chávez, vivia Portugal em ditadura e João entrava pela primeira vez no Miguel Bombarda – espaço de onde nunca mais saiu. É o habitante mais antigo do hospital e é ali que passa os dias, numa cadência sempre igual de pequeno-almoço, almoço, lanche, jantar, ceia, a que há muito se habituou.
João acha que tem 50 anos e que está ali há dez. Na realidade tem 80 e aquela é a sua casa há 57. Quase seis décadas, que mudaram o País e o Mundo. João não conheceu a palavra democracia. Nem a palavra liberdade. Quando chegou ali, os métodos eram outros, as pessoas também. Mas ele já não se lembra, tem uma memória difusa do passado. Em frente ao sofá onde cabeceia sonolento, catorze doentes reúnem com a educadora Clara Cintra e três enfermeiras. À pergunta sobre qual a próxima época festiva, Zé Pedro, 42 anos e 16 em instituições psiquiátricas, responde convicto: "É o 25 de Abril".
A resposta esperada era Páscoa mas o doente não se atrapalha. Zé Pedro é o mais novo do Bombarda. A alusão ao passado que o conduziu ao internamento impressiona pela lucidez. "Não moro em casa porque tentei suicidar-me na linha de comboio, estava deprimido, sem auto-estima, achava que ninguém gostava de mim". Um erro de cálculo na tentativa levou-o para a linha errada e para uma nova oportunidade de viver. Lembra-se desse dia "todos os dias" porque a falta das duas pernas foi dele consequência, mas também todos os dias agradece "a sorte" que teve.
A mãe é visita assídua ao ‘Miguel’ – como chama à casa que o acolheu – e é ao falar dela que se emociona. "É muito sofrida, primeiro teve um desgosto quando o meu pai a deixou, depois teve um desgosto comigo. Ela está muito insegura em relação ao meu futuro, agora que o ‘Miguel’ vai fechar, tem medo que não seja igual". Para as famílias também é complicado. "Temos um doente a quem é a mãe que diz que não pode ir para uma unidade de saúde, que lhe podem fazer mal, violá-lo. E por isso quer que ele vá para o Júlio de Matos", conta o enfermeiro-director. Joaquim (nome fictício) confirma a instabilidade.
"Vão-me matar, lá matam pessoas" – murmura, de cigarro na boca, antes de se sentar num banco exterior junto a dois vizinhos de quarto e corredor. Mas a mudança também entristece Zé Pedro. "Foi aqui que me curei dos meus problemas, foi aqui que encontrei outra família. Se calhar choro quando sair", confessa – enquanto espera "sinceramente" que no Júlio de Matos também o deixem ver os ‘Morangos com Açúcar’, série de eleição, e os jogos do Benfica.

MUDAR CUSTA A TODOS

É precisamente em dias de futebol que os doentes se deitam mais tarde – depois das 22h00. "Tínhamos aqui um senhor que era tão ferrenho que vestia um equipamento do Benfica para ver a bola", recorda Idália Cardoso. Já Clara Cintra, educadora – que começou a trabalhar no Bombarda há 25 anos como educadora dos filhos dos funcionários na altura em que havia creche – recorda um doente "que, uma vez, na praia, na colónia de férias, pediu-nos a todos para nos calarmos porque estávamos, segundo ele, rodeados de agentes secretos, que eram nada mais nada menos do que um grupo de crianças a brincar na areia". Esse doente, tal como João, conheceu Clara quando esta tinha 12 anos.
"Os meus pais eram funcionários aqui e sempre vim ao Bombarda pela mão deles. Muitos dos doentes viram-me crescer ao longo dos anos. Vou ter muitas saudades e deixá-los vai ser um sentimento muito forte, muito intenso. Estamos tão ligados a eles como eles a nós. Ao mesmo tempo que os preparamos para mudar – o assunto tem sido tema de conversa – também nos preparamos psicologicamente a nós".
O pai de Clara, enfermeiro, também trabalhou com Lobo Antunes durante os oito anos do escritor no hospital. "Eram muito amigos. Trabalhavam juntos numa altura em que homens e mulheres estavam em enfermarias separadas" e raramente se cruzavam. Nesse tempo, era impossível a Gamito apertar a mão de Carminda durante a reunião semanal e ouvir de volta um piropo da idosa. Gamito tem 62 anos e o seu corpo alto e magro ziguezagueia pelo corredor à procura de atenção. O olhar pára na enfermeira Ana Paula, há 19 anos a trabalhar em psiquiatria. Ela pega-lhe na mão, ele retém-na. A cumplicidade é evidente aos olhares estranhos, quase familiar.
"Não gosto disto porque queria estar na minha casa. Foi a minha mãe que me trouxe para aqui", há muitos anos, muitos. Manuel aproxima-se. Traz um capacete – que faz questão de tirar para as fotos – para não se magoar na cabeça. Junta-se Ezequiel, para mostrar a pulseira com a inscrição do seu nome e data de aniversário e atrás dele vem Fernando, diagnósticos vários dentro da esquizofrenia.
Perguntamos-lhe como chegou ao hospital. "Tive um acidente de viação e depois disso o médico fez-me uns exames à cabeça. Disse que eu tinha debilidade mental, psicopatia, epilepsia e delírios de grandeza. Concordo com tudo menos com os delírios de grandeza" – explica, olhos nos olhos com quem pergunta. Mas são precisamente estes os mais visíveis a quem vem de fora.
No mundo da fantasia que lhe preenche o dia-a-dia – e que nenhum muro é capaz de derrubar – Fernando, 61 anos, acredita ser familiar "das pessoas mais influentes do Mundo. A minha cunhada é do PSD, os meus primos são deputados do PSOE e um deles até foi primeiro-ministro. Se eles me apanham em Espanha não me deixam sair". Tanto que o fim do Miguel Bombarda – onde desfila há décadas as suas histórias ficcionadas que mistura com partes da realidade que absorve no telejornal – parece-lhe a oportunidade ideal para correr atrás do sonho delirante. "Não vou ter saudades de ninguém, as saudades são más. Os meus primos querem que eu vá para Espanha e eu vou".
As técnicas sabem-lhe as histórias de cor e volta e meia perguntam: ‘Oh Fernando, não vais ter mesmo saudades da gente?’ O idoso insiste que não, não terá, mas que se os primos deixarem, elas também podem ir com ele, para Espanha ou para qualquer outro sítio. Às vezes, o discurso é outro: "Vou para onde me destinarem, se for o Restelo é para lá que vou".

ANTIGA CASA DE FAMÍLIA

Para já, será mesmo para lá que vai, para uma antiga casa de família devoluta que está a ser preparada – com o apoio da AEIPS, uma IPSS que se responsabilizou por 24 dos 27 doentes do Hospital Miguel Bombarda, um projecto-piloto daquilo "que no futuro serão unidades residenciais com vários graus de apoio (desde o máximo às que fomentam a autonomia".
A "medida quer evitar que os doentes mentais passem vidas inteiras nos hospitais psiquiátricos", como explica o psiquiatra Álvaro Carvalho, coordenador nacional para a Saúde Mental. No corredor, Fernando vai e volta. "O governador Cavaco Silva tem de se pôr a pau porque a dívida do País é muito grande. E se eu ficar em Portugal vou acabar a pagá-la sozinho". Há alguma lucidez na loucura de quem o diz.

O FUTURO TEM APARTAMENTOS E COMÉRCIO

A Estamo, a sociedade que comprou o imóvel, encomendou ao arquitecto Belém de Lima um estudo prévio, para concretizar no futuro no espaço do que ainda é hoje o Hospital Miguel Bombarda. "Quer o balneário quer o Pavilhão de Segurança são conservados no projecto, sendo que o pavilhão vai ser valorizado através de um espelho de água e os balneários vamos juntar a uma parte do antigo convento [anterior ao hospital, do século XVIII] que tem a capela. Tudo o resto vai desaparecer".
No novo projecto juntam-se traços do século XVIII, XIX, XX e XXI – "terá um toque de contemporaneidade, onde o destaque vai para os 193 apartamentos – em edifícios baixos e longitudinais de quatro pisos, e em cada um deles está pensado haver uma torre muito esguia, que vai servir para reforçar a identidade desta que é uma colina da cidade".
Estas torres, "de volume elegante", terão apenas um apartamento por piso. Haverá uma zona comercial e o espaço residencial terá cerca de 60% de áreas verdes – "a ecologia é componente do projecto".