"No fundo o que é um maluco? É qualquer coisa de diferente, um marginal, uma pessoa que não produz imediatamente. Há muitas formas de a sociedade lidar com estes marginais. Ou é engoli-los, tranformá-los em artistas, em profetas, em arautos de uma nova civilização, ou então vomitá-los em hospitais psiquiátricos"

António Lobo Antunes

09/06/2011

Vídeo denuncia tortura num hospital para doentes mentais - VISÃO

17:14 Quinta feira, 2 de Jun de 2011
Publicado em Visão 
As imagens, captadas por um repórter da BBC, com uma câmara oculta, num hospital com doentes mentais, está a chocar a comunidade internacional. VEJA O VÍDEO (Atenção: imagens eventualmente chocantes)



A filmagem mostra como, alegadamente, são tratados os pacientes internados no Winterbourne View, para estupefação e choque gerais: vêem-se funcionários a agredir fisicamente os doentes, a atirar-lhes água fria e até mesmo a arrastá-los para o banho. Tudo acompanhado de violência verbal.
Um repórter do programa "Panorama", da BBC, filmou durante cinco semanas estes abusos verbais e físicos contra doentes autistas ou com outras doenças mentais.
Um psicólogo clínico britânico, Andrew McDonnell, que teve acesso às imagens, comparou alguns tratamentos a tortura.
A BBC decidiu investigar o caso depois de ter recebido uma denúncia de um antigo enfermeiro da instituição.
Três homens de 42, 30 e 25 anos e uma mulher de 24 já foram detidos.

29/05/2011

Albufeira: Exposição «Percurso para a Integração» na biblioteca municipal

08:29 quarta-feira, 25 de Maio de 2011
publicado por Diário Online




Durante o mês de Junho, a biblioteca municipal Lídia Jorge, em Albufeira, vai acolher uma mostra de trabalhos de expressão artística da Associação de Saúde Mental do Algarve (ASMAL), intitulada "Percursos para a Integração".


Em comemoração do seu 20º aniversário, a associação traz a Albufeira uma mostra que reúne os trabalhos dos utentes dos fóruns socio-ocupacionais da instituição, incluindo uma exposição de fotografia sobre o tema "As nossas caras" e outra de tapeçaria e pintura denominada "Telas, Tintas e Fios".


A ASMAL desenvolve, há duas décadas, um trabalho no terreno em prol da saúde mental e da reabilitação e integração social de pessoas com doença mental. 


A mostra estará patente na biblioteca municipal Lídia Jorge, de 3 a 23 de Junho, podendo ser vista de terça a sexta, das 9:30 horas às 19:15, e segunda e sábado das 13:45 às 19:15. Este equipamento cultural encerra aos domingos e feriados.

Depressão e autismo: duas doenças com tratamento à vista

Inserido em 24-05-2011 13:33 Rádio Renascença


A convicção é do investigador Rui Costa, que lidera o programa de neurociências da Fundação Champalimaud.


O diagnóstico e o tratamento de doenças mentais como o autismo ou a depressão podem assistir a grandes progressos nos próximos anos. Quem o afirma é Rui Costa, investigador que lidera o programa de neurociências da Fundação Champalimaud.

“Eu acho que, nas doenças mentais, pode haver um ‘breakthrough’ e nos próximos cinco anos pode haver, no mundo inteiro, uma mudança de paradigma, de pensar e de tratar”, afirma à
Renascença.

O investigador português explica que o autismo ou doenças mentais como a depressão podem ser tratadas de forma completamente diferente se os investigadores conseguirem compreender alguns processos básicos, como “a pessoa está deprimida, não quer fazer, não decidir, porquê? Há muita incerteza no mundo, há muito stress, o que é que acontece?”.

“Todos os processos básicos que estamos a investigar têm a ver com o entendimento de como é que essas coisas se geram normalmente e o que é acontece quando não se conseguem fazer, desde o autismo em crianças, a deficiências de aprendizagem até depressão”, afirma o investigador, adiantando que as neurociências acreditam que tudo tem uma base física, incluindo as doenças mentais.

Um diagnóstico mais preciso, algo que ainda não existe para as doenças mentais, pode levar a um tratamento muito mais eficaz e é aí que os investigadores pretendem chegar: “Acreditamos que há uma base física, portanto, um diagnóstico muito preciso, que se saiba quais as moléculas, quase as áreas do cérebro, como tratar”.

Só a depressão afecta 20% da população portuguesa.

Rui Costa é o convidado da cientista Elvira Fortunato, que hoje assume o cargo de directora de Informação da Renascença, entre as 19h00 e a 20h00, no programa “
Director por uma Hora”.

23/05/2011



É hora de começar a mudar as coisas. A sociedade discriminatória e individualista em que vivemos nos dias de hoje está a precisar de ser "reciclada". Basta de inferiorizar e temer os doentes mentais.
Eles são pessoas e têm os mesmos direitos que qualquer cidadão! É hora de respeitar e ajudar os que mais necessitam

Portal Dedicado à Saúde Mental

iGOV Central
Data: 2011-05-23



O governo australiano vai investir, nos próximos cinco anos, cerca de 15,5 milhões de dólares na criação de um portal dedicado à saúde mental.

O portal tem como destinatários os cidadãos que sofrem de doenças mentais mas também os profissionais desta área da saúde.

No que toca aos doentes, o objectivo do portal é proporcionar aos mesmos uma nova forma de aceder a informação sobre este tipo específico de doenças, permitindo ao mesmo tempo que estes contactem online com os profissionais de saúde que os acompanham. Uma outra vertente do portal é possibilitar a quem vive nas zonas rurais o acesso aos cuidados de saúde mental através de consultas online.

Na área vocacionada para os profissionais de saúde será possível aceder a acções de formação, tanto para os médicos como para a restante comunidade hospitalar que trabalha na área da saúde mental.

15/05/2011

Think Different




"Here's to the crazy ones. The misfits. The rebels. The troublemakers. The round pegs in the square holes. The ones who see things differently. They're not fond of rules, and they have no respect for the status quo. You can quote them, disagree with them, glorify and vilify them. About the only thing you can't do is ignore them because they change things. They push the human race forward. And while some may see them as crazy, we see genius. Because the people who are crazy enough to think they can change the world, are the ones who do."

12/05/2011

Editorial sobre a Saúde Mental - DESTAK

A saúde mental mais perto de nós

10 | 05 | 2011   19.32H
Isabel Stilwell | editorial@destak.pt
Temos um terror da loucura. E o que nos mete medo, desconfio eu, não são os loucos propriamente ditos, os que como canta a Ala dos Namorados nos fazem duvidar de que o mundo gira ao contrário e os rios nascem no mar, nem tão pouco os que debitam discursos incompreensíveis à porta do café e juram ouvir vozes, mas o medo de que acordem a loucura que todos sentimos ter dentro de nós. É por isso, tenho a certeza, que instintivamente nos apressamos a escondê-los atrás das paredes de um hospital, lá longe, onde não nos possam contagiar, no lugar dos loucos, por oposição ao nosso, o daqueles que sabem o que fazem, que se controlam e comportam como ‘deve ser’.
Foi por isso que, durante séculos, os fechámos em manicómios, e o tabu impediu que tanta e tanta gente procurasse ajuda para as suas angústias, depressões, ansiedades e desequilíbrios que são, afinal, a prova de que estamos vivos, pensamos e sentimos, e nem sempre conseguimos sozinhos libertar-nos das teias que vamos tecendo, tantas vezes na nossa ânsia de conformidade. Hoje sabemos muito mais sobre a doença mental e há mais meios para tratar os seus distúrbios de uma forma mais humana, e sem tantos efeitos secundários, embora tantas vezes, por falta de dinheiro ou por omnipotência, se opte por fazer engolir comprimidos como se fossem panaceia para tudo.
A notícia de que em Portugal as Unidades Terapêuticas Comunitárias vieram para ficar, com a inauguração, ontem, do Espaço Terapêutico Comunitário e de Saúde Mental do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, em Vila Franca de Xira, trás com ela a esperança de que sejamos capazes de aceitar a doença mental, recusando rótulos, permitindo que as pessoas sejam tratadas e apoiadas sem terem de sair do seu ‘lugar’, evitando sempre que possível internamentos. Talvez, aos poucos, comecemos a aceitar melhor a nossa complexidade.