"No fundo o que é um maluco? É qualquer coisa de diferente, um marginal, uma pessoa que não produz imediatamente. Há muitas formas de a sociedade lidar com estes marginais. Ou é engoli-los, tranformá-los em artistas, em profetas, em arautos de uma nova civilização, ou então vomitá-los em hospitais psiquiátricos"

António Lobo Antunes

16/01/2011

OMS divulga documento para o tratamento precoce - Jornal de Angola
11 de Janeiro, 2011


Um documento que recomenda mais simplicidade no diagnóstico e humanização no tratamento das doenças mentais e dos transtornos causados pela dependência química e do álcool, foi produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com o documento, divulgado em finais do ano passado, a ideia é investir mais na identificação precoce da doença e partir para o tratamento adequado em cada caso. 
Em seis países, entre os quais o Panamá, na América Latina, especialistas da OMS vão fazer parcerias com os profissionais locais. 

Uma das preocupações da OMS é que há 95 milhões de pessoas que sofrem de depressão no mundo, sem o tratamento adequado, e mais 25 milhões também não medicadas que têm problemas causados pela epilepsia. 
Pelos dados da organização, uma em cada quatro pessoas no mundo tem propensão para desenvolver doenças mentais ao longo da vida. 

A OMS concluiu ainda que, na maioria dos países, menos de dois por cento dos recursos destinados à área de saúde são gastos no tratamento de doenças mentais e neurológicas. Para agravar a situação, a maioria das pessoas com esses transtornos não recebe atenção adequada. 

Na tentativa de reverter a situação actual, a OMS vai prestar apoio ao desenvolvimento de programas de saúde mental em países como a Etiópia, Jordânia, Nigéria, Panamá, Serra Leoa e Ilhas Salomão. Médicos e enfermeiros vão fazer visitas aos doentes que sofrem de depressão e às crianças com epilepsia. O objectivo é orientar as famílias nos tratamentos adequados. 

O director assistente da área de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OMS, Ala Alwan, afirmou que, para melhorar o tratamento da saúde mental e neurológica, não são necessárias “tecnologias sofisticadas e caras”, mas o aumento da capacidade de diagnóstico. 

A directora geral da OMS, Margaret Chan, disse que o guia, com aproximadamente 100 páginas, vai servir de orientação para os especialistas em saúde mental, médicos e enfermeiros. As directrizes basearam-se em evidências observadas em vários países.

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