"No fundo o que é um maluco? É qualquer coisa de diferente, um marginal, uma pessoa que não produz imediatamente. Há muitas formas de a sociedade lidar com estes marginais. Ou é engoli-los, tranformá-los em artistas, em profetas, em arautos de uma nova civilização, ou então vomitá-los em hospitais psiquiátricos"

António Lobo Antunes

29/05/2011

Albufeira: Exposição «Percurso para a Integração» na biblioteca municipal

08:29 quarta-feira, 25 de Maio de 2011
publicado por Diário Online




Durante o mês de Junho, a biblioteca municipal Lídia Jorge, em Albufeira, vai acolher uma mostra de trabalhos de expressão artística da Associação de Saúde Mental do Algarve (ASMAL), intitulada "Percursos para a Integração".


Em comemoração do seu 20º aniversário, a associação traz a Albufeira uma mostra que reúne os trabalhos dos utentes dos fóruns socio-ocupacionais da instituição, incluindo uma exposição de fotografia sobre o tema "As nossas caras" e outra de tapeçaria e pintura denominada "Telas, Tintas e Fios".


A ASMAL desenvolve, há duas décadas, um trabalho no terreno em prol da saúde mental e da reabilitação e integração social de pessoas com doença mental. 


A mostra estará patente na biblioteca municipal Lídia Jorge, de 3 a 23 de Junho, podendo ser vista de terça a sexta, das 9:30 horas às 19:15, e segunda e sábado das 13:45 às 19:15. Este equipamento cultural encerra aos domingos e feriados.

Depressão e autismo: duas doenças com tratamento à vista

Inserido em 24-05-2011 13:33 Rádio Renascença


A convicção é do investigador Rui Costa, que lidera o programa de neurociências da Fundação Champalimaud.


O diagnóstico e o tratamento de doenças mentais como o autismo ou a depressão podem assistir a grandes progressos nos próximos anos. Quem o afirma é Rui Costa, investigador que lidera o programa de neurociências da Fundação Champalimaud.

“Eu acho que, nas doenças mentais, pode haver um ‘breakthrough’ e nos próximos cinco anos pode haver, no mundo inteiro, uma mudança de paradigma, de pensar e de tratar”, afirma à
Renascença.

O investigador português explica que o autismo ou doenças mentais como a depressão podem ser tratadas de forma completamente diferente se os investigadores conseguirem compreender alguns processos básicos, como “a pessoa está deprimida, não quer fazer, não decidir, porquê? Há muita incerteza no mundo, há muito stress, o que é que acontece?”.

“Todos os processos básicos que estamos a investigar têm a ver com o entendimento de como é que essas coisas se geram normalmente e o que é acontece quando não se conseguem fazer, desde o autismo em crianças, a deficiências de aprendizagem até depressão”, afirma o investigador, adiantando que as neurociências acreditam que tudo tem uma base física, incluindo as doenças mentais.

Um diagnóstico mais preciso, algo que ainda não existe para as doenças mentais, pode levar a um tratamento muito mais eficaz e é aí que os investigadores pretendem chegar: “Acreditamos que há uma base física, portanto, um diagnóstico muito preciso, que se saiba quais as moléculas, quase as áreas do cérebro, como tratar”.

Só a depressão afecta 20% da população portuguesa.

Rui Costa é o convidado da cientista Elvira Fortunato, que hoje assume o cargo de directora de Informação da Renascença, entre as 19h00 e a 20h00, no programa “
Director por uma Hora”.

23/05/2011



É hora de começar a mudar as coisas. A sociedade discriminatória e individualista em que vivemos nos dias de hoje está a precisar de ser "reciclada". Basta de inferiorizar e temer os doentes mentais.
Eles são pessoas e têm os mesmos direitos que qualquer cidadão! É hora de respeitar e ajudar os que mais necessitam

Portal Dedicado à Saúde Mental

iGOV Central
Data: 2011-05-23



O governo australiano vai investir, nos próximos cinco anos, cerca de 15,5 milhões de dólares na criação de um portal dedicado à saúde mental.

O portal tem como destinatários os cidadãos que sofrem de doenças mentais mas também os profissionais desta área da saúde.

No que toca aos doentes, o objectivo do portal é proporcionar aos mesmos uma nova forma de aceder a informação sobre este tipo específico de doenças, permitindo ao mesmo tempo que estes contactem online com os profissionais de saúde que os acompanham. Uma outra vertente do portal é possibilitar a quem vive nas zonas rurais o acesso aos cuidados de saúde mental através de consultas online.

Na área vocacionada para os profissionais de saúde será possível aceder a acções de formação, tanto para os médicos como para a restante comunidade hospitalar que trabalha na área da saúde mental.

15/05/2011

Think Different




"Here's to the crazy ones. The misfits. The rebels. The troublemakers. The round pegs in the square holes. The ones who see things differently. They're not fond of rules, and they have no respect for the status quo. You can quote them, disagree with them, glorify and vilify them. About the only thing you can't do is ignore them because they change things. They push the human race forward. And while some may see them as crazy, we see genius. Because the people who are crazy enough to think they can change the world, are the ones who do."

12/05/2011

Editorial sobre a Saúde Mental - DESTAK

A saúde mental mais perto de nós

10 | 05 | 2011   19.32H
Isabel Stilwell | editorial@destak.pt
Temos um terror da loucura. E o que nos mete medo, desconfio eu, não são os loucos propriamente ditos, os que como canta a Ala dos Namorados nos fazem duvidar de que o mundo gira ao contrário e os rios nascem no mar, nem tão pouco os que debitam discursos incompreensíveis à porta do café e juram ouvir vozes, mas o medo de que acordem a loucura que todos sentimos ter dentro de nós. É por isso, tenho a certeza, que instintivamente nos apressamos a escondê-los atrás das paredes de um hospital, lá longe, onde não nos possam contagiar, no lugar dos loucos, por oposição ao nosso, o daqueles que sabem o que fazem, que se controlam e comportam como ‘deve ser’.
Foi por isso que, durante séculos, os fechámos em manicómios, e o tabu impediu que tanta e tanta gente procurasse ajuda para as suas angústias, depressões, ansiedades e desequilíbrios que são, afinal, a prova de que estamos vivos, pensamos e sentimos, e nem sempre conseguimos sozinhos libertar-nos das teias que vamos tecendo, tantas vezes na nossa ânsia de conformidade. Hoje sabemos muito mais sobre a doença mental e há mais meios para tratar os seus distúrbios de uma forma mais humana, e sem tantos efeitos secundários, embora tantas vezes, por falta de dinheiro ou por omnipotência, se opte por fazer engolir comprimidos como se fossem panaceia para tudo.
A notícia de que em Portugal as Unidades Terapêuticas Comunitárias vieram para ficar, com a inauguração, ontem, do Espaço Terapêutico Comunitário e de Saúde Mental do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, em Vila Franca de Xira, trás com ela a esperança de que sejamos capazes de aceitar a doença mental, recusando rótulos, permitindo que as pessoas sejam tratadas e apoiadas sem terem de sair do seu ‘lugar’, evitando sempre que possível internamentos. Talvez, aos poucos, comecemos a aceitar melhor a nossa complexidade.

09/05/2011

Hospital Miguel Bombarda prestes a fechar portas - TSF

Hospital Miguel Bombarda prestes a fechar portas - TSF

Fundado em 1848, o primeiro hospital psiquiátrico do país, o Miguel Bombarda, em Lisboa, está prestes a fechar portas. Restam 27 doentes, alguns residentes no hospital há mais de 20 anos e que, nos próximos dias, vão ser transferidos para unidades residenciais de apoio.



Prestes a mudar de morada para onde vão afinal os doentes do Hospital Miguel Mombarda, em Lisboa. A resposta foi dada à TSF por Luís Galhanas, enfermeiro director do hospital.
«Não vão sair daqui para um mini-hospital, para uma unidade de cuidados continuados nem para um lar, vão sair para algum o mais aproximado possível de uma casa normal, com cozinha, casa-de-banho, sala de estar. Vão viver com uma equipa que estará lá durante 24 horas», revelou Luís Galhanas.
Nos próximos dias, grande parte, do Hospital Miguel Bombarda ficará em silêncio com a mudança dos últimos 27 doentes.
Nos terrenos do Miguel Bombarda será construído um condomínio com habitações, escritórios e lojas.

07/05/2011

Rede de cuidados continuados de saúde mental arranca hoje com projectos-piloto - Sociedade - PUBLICO.PT

Rede de cuidados continuados de saúde mental arranca hoje com projectos-piloto - Sociedade - PUBLICO.PT
5 de Maio de 2011


A rede de cuidados continuados integrados de saúde mental está a funcionar a partir de hoje, com a publicação em Diário da República da tabela de preços a praticar, único elemento legal que faltava para o projecto arrancar.

As unidades e equipas de cuidados continuados integrados de saúde mental, para pessoas com doença mental grave da qual resulte incapacidade psicossocial e situação de dependência, qualquer que seja a idade, já estavam previstas e definidas.

De acordo com o legalmente estipulado, estas unidades entrarão em funcionamento progressivamente, através de experiências piloto, em articulação com os serviços locais de saúde mental e com a rede nacional de cuidados continuados integrados.

Contudo, o diploma legal que as instituiu previa que “o modelo de financiamento dos serviços a prestar pelas unidades e equipas” seria estabelecido por portaria dos ministros de Estado e das Finanças, do Trabalho e da Solidariedade Social e da Saúde, o que hoje aconteceu.

Assim, a portaria hoje publicada determina que, no âmbito das experiências piloto, os preços para a prestação daqueles cuidados continuados são da responsabilidade do Ministério da Saúde.

O utente suporta a parte dos encargos decorrentes da prestação dos cuidados de apoio social, podendo ser apoiado com uma comparticipação pela Segurança Social, em função dos seus rendimentos.

Ainda no âmbito das experiências piloto, os encargos com rendas relativas a instalações onde funcionem unidades residenciais ou sócio-ocupacionais serão comparticipadas em 50 por cento, até um limite máximo de mil euros mensais.

Esta comparticipação é suportada em partes iguais pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e pelo Ministério da Saúde, desde que não tenha sido possível o estabelecimento de parcerias, públicas ou privadas, para a cedência de instalações.

No caso de as instalações terem tido financiamento público, não haverá comparticipação nas rendas.

04/05/2011

EUA mantiveram doentes mentais presos durante anos - Internacional - Sol

EUA mantiveram doentes mentais presos durante anos - Internacional - Sol


De acordo com documentos obtidos pelo Wikileaks e revelados pelo El País, cerca de 30 detidos em Guantánamo sofriam de doenças mentais e vários tentaram suicidar-se diversas vezes.
Os documentos que a organização de Julien Assange entregou ao jornal espanhol revelam que a relação entre os guardas e os prisioneiros eram marcadas pela violência e que os responsáveis pelos interrogatórios eram soldados obcecados por descobrir o paradeiro de Bin Laden.
Os documentos a que o El Pais teve acesso demonstram que 30 presos de Guantanamo sofriam de «doenças do foro psiquiátrico, transtornos de personalidade, depressões profundas», esquizofrenia e problemas de consumo de drogas. Apesar desses transtornos terem sido comprovadas por avaliação médica, os doentes permaneceram presos e impedidos de voltar aos países de origem durante anos.
Vários doentes mentais tentaram o suicídio enquanto se encontravam na prisão de alta segurança e três chegaram mesmo a consegui-lo.
O diário espanhol conclui que, mesmo em casos de doença extrema, a procura de informação foi sempre colocada acima da saúde dos indivíduos.

02/05/2011

Na Nigéria o remédio para a perturbação mental está na prisão perpétua

Publicado em 29 de Abril de 2009   
http://www.ionline.pt/conteudo/2791-na-nigeria-o-remedio-perturbacao-mental-esta-na-prisao-perpetua



Os quartos cheios, "são quentes como fornos". A falta de higiéne vai para além do imaginável. As pessoas são mantidas nas "jaulas" dias sem conta. Aqui, uma coisa é certa: "niguém vai melhorar".
Na Nigéria os doentes mentais tratam-se com prisão, por vezes, perpétua. Levados a tribunal pela família ou pela polícia, são condenados, na maioria das vezes, sem qualquer motivo. A organização Prisoners' Rehabilitation and Welfare Action (PRAWA) está a tentar libertar os “lunáticos civis” das prisões nigerianas. Até agora, desde 2007, já conseguiram libertar 54 doentes mentais da Prisão Enugu. No entanto, existem centenas de prisões semelhantes e sobrelotadas por todo o país.